:: what to wear to bed?

dezembro 10, 2013



(marylin, 1960)
you know, they ask you questions, for example:

- what do you wear to bed. a pajama top? a nightgown?
so i said: chanel nº5.. 'cause it’s the truth. and yet, i don’t want to say nude..


há pequenos detalhes que são subestimados nas relações e nos amores. e nas casas de quem os vive. um dos espaços muitas vezes negligenciado é o quarto. o quarto é o último e o primeiro reduto de um casal. é lá que se vivem os momentos mais íntimos, mais próximos, as longas noites de conversa, as de amor, ou as tão mais importantes, de sono sossegado.
por isso os detalhes de qualquer quarto são tão essenciais: a disposição que se quer simples e linear, a decoração com pequenos objectos - ou com ausência de objectos. alguns livros de capas acolhedoras, duas ou três velas, luz sempre indirecta e lâmpadas de cor quente. um pequeno objecto que dê música - baixa - é essencial. e a cama sempre virada a nascente, para que a luz do nascer dia entre suavemente, mas directa no rosto..

importante também o que se veste na cama. no colchão em si mesmo. as capas da cama que sejam sempre discretas e de tecido confortavelmente apelador: para que apeteça a qualquer momento repousar ali uns segundos, aninhado num colo, abraçado num corpo, ou apenas quieto a pensar alto.
mais que quatro almofadas é distracção. duas maiores para encostar, de preferência de pêlo macio. e duas mais pequenas para dormir. qb. os lençóis sempre lisos: porque não se querem protagonistas, apenas o fundo do palco. qualquer linha, boneco ou desenho já é exagero. de preferência que sejam de cor escura, para que a linha dos corpos sobressaia. o tecido sugere-se fresco no verão e suave e quente no inverno. mas mais importante que tudo, que a cama cheire sempre bem. não a perfume, nem a amaciador de roupa. não, que cheire a gente, a sono, a preguiça, a languidez.

e chegamos ao essencial: o que se veste enquanto se está na cama. de preferência, nada..
deslizar por baixo de um lençol e sentir a pele do outro corpo ali ao lado, é do mais puro amor. uma mistura de sensualidade e intimidade. de proximidade. de união. uma mão que percorre um corpo sem roupa será sempre mais carinhosa, mais doce, mais arrepiante.
bom ter sempre por perto uma camisa - de linho - que se possa vestir rapidamente. daquelas já largas do uso, com o mesmo cheiro dos lençóis, em que já só se aperta apenas um botão, pela altura do umbigo. em que o peito fica a saltar fora, o pescoço desguarnecido, e a cintura despida a espreitar em cada movimento. sensualidade pura, quando vestes a minha camisa e o teu riso solto..

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